Através da pessoa do seu Presidente, a REVIVER MAIS tomou parte nas comemorações do Dia do Bombeiro Português, realizadas no passado Domingo, dia 28 de Maio, em Cascais.
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| Foto: Marques Valentim |
Entre os vários momentos ali verificados, destacamos a entrega ex-aequo do Prémio Bombeiro de Mérito 2016 à Bombeira de 3.ª Dulce Leitão, dos Bombeiros Voluntários dos Carvalhos, e ao Subchefe Paulo Oliveira, dos Bombeiros Voluntários de Almada.
Coube ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que presidiu à cerimónia comemorativa do Dia do Bombeiro Português, distinguir ambos os operacionais, depondo nas suas mãos os troféus de consagração.
Por sua vez, a Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, impôs aos premiados Medalhas de Mérito de Protecção e Socorro, no grau Ouro, distintivo azul, que se destina a reconhecer "actos de heroísmo ou de notável solidariedade".
Dos actos praticados
Dulce Leitão foi atropelada na A4, em 22 de Agosto de 2016, quando prestava assistência às vítimas de um acidente de viação com várias viaturas e multivítimas ocorrido perto do nó de Paredes.
Dulce Leitão foi atropelada na A4, em 22 de Agosto de 2016, quando prestava assistência às vítimas de um acidente de viação com várias viaturas e multivítimas ocorrido perto do nó de Paredes.
Um grupo de bombeiros dos Voluntários dos Carvalhos deslocava-se, à noite; em direcção a Marco de Canaveses, a fim de proceder à rendição de companheiros que se encontravam naquela zona no combate a incêndios florestais, quando se depararou com o acidente registado momentos antes.
O facto do acidente ter ocorrido à noite, cerca das 23 horas, e provocado dispersão de destroços na via, constituiu desde logo um teatro de operações difícil de gerir.
Os bombeiros procuraram, desde logo, sinalizar o local com os rotativos das suas viaturas e com o auxílio de lanternas começaram a prestar auxílio a todas as vítimas, ao mesmo tempo que procuravam accionar outros meios de socorro para o local.
Apesar da sua presença estar sinalizada, os bombeiros estiveram sempre atentos às viaturas de passagem. Porém, constituindo sempre uma missão de risco, a bombeira Dulce Leitão acabou por ser atropelada por uma dessas viaturas quando prestava assistência a um menino de 12 anos. Apercebendo-se do atropelamento eminente a bombeira protegeu João e com esse gesto acabou por sofrer graves sequelas, com fracturas múltiplas na perna esquerda que implicaram intervenções cirúrgicas. Dulce, estudante do 3.º Ano de Enfermagem, ainda está em processo de recuperação, mas já conta os dias para regressar ao quartel dos Carvalhos onde é voluntária há já alguns anos.
Paulo Leitão resgatou, em 5 de Outubro de 2016, com êxito uma menina, Maria Inês, então com dois anos de idade, que se encontrava com um braço entalado num elevador imobilizado a seis pisos de altura num edifício situado no Pragal, Almada.
O resgate foi feito através do poço do elevador em condições muito arriscadas mas perfeitamente assumidas pelo Paulo Oliveira, apoiado pela restante equipa de bombeiros (Chefe Carlos Parada, os Bombeiros de 2.ª David Marques, Elson Rodrigues e Hugo Santos, e o Bombeiro de 3.ª Marco Isidoro).
Chegados, prontamente, ao local do acidente os bombeiros verificaram que a criança se encontrava com o braço preso entre a parede e o elevador e que este não dispunha de portas de protecção. Assim, através do poço e a uma altura de seis pisos o Paulo Oliveira teve que desencadear uma complexa e arriscada operação de desencarceramento que demonstrou capacidade e preparação técnica mas também coragem e espírito de missão.
Essa operação coordenada com os outros bombeiros, inclusive com o que se encontravam dentro do elevador com as vítimas, implicou a desmontagem cuidadosa de componentes do elevador até conseguir libertar o braço da criança.
A operação foi também dificultada com a falta de iluminação e a falta de espaço para tal tendo o Paulo Oliveira recorrido apenas ao seu próprio telemóvel segurado com a boca.
